Pular para o conteúdo principal

Os 5 maiores arrependimentos no fim da vida

Foto: Ricardo Matsukawa
Ana Claudia Quintana Arantes é uma médica especializada em ajudar pacientes terminais a “aprender” a morrer. Nesta entrevista, ela fala sobre o desafio de se lidar com algo tão natural, porém, perturbador, como a própria morte.
A especialista relembra os cinco maiores arrependimentos das pessoas antes de morrer. A lista faz parte do livro ‘Antes de partir: uma vida transformada pelo convívio com pessoas diante da morte’, da enfermeira australiana Brownie Ware. “Um deles é não ter demonstrado afeto. Passamos a vida construindo muros ao redor do coração da gente pra ninguém perceber o que a gente está sentindo”, diz Ana. “A outra coisa é (se arrepender) de ter trabalhado tanto. O último que é colocado é: ‘Eu devia ter me feito mais feliz’, que pra mim resume todos os outros”.
Os outros arrependimentos citados pela enfermeira australiana são ter vivido a vida que se desejava e ter estado mais perto dos amigos.
A pedido do Hospital Albert Einstein, a médica Ana Cláudia Arantes, geriatra e também especialista em cuidados paliativos, analisou a publicação e falou sobre cada um dos arrependimentos levantados pela enfermeira australiana.
1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu queria, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse.
“Esse foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a vida delas está quase no fim e olham para trás, é fácil ver quantos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não realizou nem metade dos seus sonhos, e muita gente tem de morrer sabendo que isso aconteceu por causa de decisões que tomou, ou não tomou. A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a têm mais.”
2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto. 
“Eu ouvi isso de todos os pacientes homens com quem trabalhei. Eles sentiam falta de ter aproveitado mais a juventude dos filhos e a companhia de suas parceiras. As mulheres também falaram desse arrependimento, mas como a maioria era de uma geração mais antiga, muitas não tiveram uma carreira. Todos os homens com quem eu conversei se arrependeram de passar tanto tempo de suas vidas no ambiente de trabalho.”
3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos. 
“Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. Como resultado, acomodaram-se em uma existência medíocre e nunca se tornaram quem realmente eram capazes de ser. Muitas desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam.”
4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos. 
“Frequentemente, os pacientes não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até chegarem em suas últimas semanas de vida, e nem sempre era possível rastrear essas pessoas. Muitos ficaram tão envolvidos em suas próprias vidas que deixaram amizades de ouro se perderem ao longo dos anos e tiveram muitos arrependimentos profundos por não ter dedicado tempo e esforço às amizades. Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo.”
5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz. 
“Esse é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitos só percebem isso no fim da vida – que a felicidade é uma escolha. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões. O famoso ‘conforto’ das coisas familiares e o medo da mudança fizeram com que eles fingissem para os outros e para si mesmos que estavam contentes quando, no fundo, ansiavam por rir de verdade e aproveitar as coisas bobas em suas vidas de novo.”
Ana Claudia Quintana neste site:
Ana Claudia Quintana (Entrevistas & textos)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vamos ampliar a “zona de conforto”?

“Você precisa sair da zona de conforto”. Sempre que escuto essa frase me dá uma dor no coração e fico imaginando que sair do conforto vai ser mais negativo que positivo. Sendo assim, parece que tomar uma decisão de mudança fica ainda mais difícil com esse conselho. Por isso, eu prefiro o termo “ampliar a zona de conforto”. Veja a imagem. Se a zona de conforto é onde nos sentimos seguros, sair dela pode significar ficar na zona do medo, o q ue não desejamos, não é mesmo? Por isso, a opção de ficar no mesmo lugar soa mais inteligente para o nosso cérebro e não avançamos rumos aos nossos verdadeiros objetivos. Agora, se o foco estiver na aprendizagem e no crescimento, com o desenvolvimento de novas habilidades e superação de obstáculos, é possível ampliar a zona de conforto, ou seja, se sentir seguro em outro patamar. Esse é um exemplo de como o foco no futuro nos ajuda a passar por algumas situações de desconforto para alcançar um objetivo que vai trazer satisfação. Po
Empreender com alma Empreender é sempre um grande desafio. Para as mulheres é ainda mais, em função de preconceito, dupla jornada e, muitas vezes, falta de autoconfiança. No dia 18/07, fiz uma palestra sobre empreendedorismo feminino para massoterapeutas a convite da @aiara_dantas_drenagem. Falei sobre a importância de empreender com alma, que conceituo como colocar o coração no que faz, alinhando dons, talentos e conhecimentos ao levar soluções para outras pessoas de um jeito único. Empreender de forma autêntica alinhada ao seu propósito de propósito de vida exige autoconhecimento e um trabalho de ressignificação de crenças sobre sucesso e fracasso. Os fracassos fazem parte de uma trajetória de sucesso. Em resumo, um negócio com alma tem que ter gente conectada consigo mesma na essência para criar soluções eficazes que resolvam as dores e atendam as necessidades dos clientes, com respeito aos valores de cada um. Também falei um pouco sobre a forma como entendemos o sucesso e o fracas
  Será que os seus hábitos estão te transformando em quem você quer ser ou te levando na direção contrária? Vejo algumas mulheres dizendo que querem ter mais tempo para si, mas não se priorizam. Querem ser magras, sem abandonar hábitos não saudáveis. Querem ter tempo, sem se dedicar ao aprendizado de técnicas de organização. Querem crescer como empreendedoras, sem aparecer com frequência nas redes sociais ou ofertar seus produtos.   Não adianta fazer aquela lista de metas para o novo ano, sem focar no que você quer ser, como quer se sentir ou ser vista. Com essa clareza, o segundo passo é estabelecer novos hábitos. São eles que sustentam as metas. A meta te dá a direção, mas é o processo de longo prazo que leva aos resultados consistentes e a excelência. Comece a construir novos hábitos de acordo como quer se ver no final de 2022. Mude a forma como você se enxerga. Diga para você mesma “Eu me priorizo”, “Eu sou saudável”, “Sou ótima leitora”, “Eu falo bem em público”, etc. En