Na viagem que fiz neste início de ano, conheci algumas pessoas e ouvi histórias de vida muito interessantes. Fiquei pensando o que estaria por trás dos sucessos e fracassos na vida do dono de um quiosque de praia e na de um vendedor ambulante de óleo bronzeador.
Como jornalista, sempre me interessei por histórias de vida. Como coach, alguns aspectos do comportamento das pessoas despertam ainda mais a minha curiosidade.
O comerciante que conheci começou o seu negócio na praia ainda jovem. Ele alugou um quiosque à beira mar e com uma grande visão de futuro decidiu torná-lo um ambiente diferenciado dos demais.
Dessa forma, estabeleceu estratégias para espantar os frequentadores indesejáveis e passou a atrair aqueles que davam um clima mais familiar ao local. O seu negócio prosperou tanto que ele comprou um terreno próximo e ampliou o bar com uma estrutura para receber muitas pessoas.
Assim, trabalhou arduamente com a família, criou seus filhos, acumulou bens e até decidiu ampliar os negócios investindo em outro ramo de atuação. Mas o novo empreendimento não deu certo e só restaram dívidas e a frustração.
Hoje, ele se sente um prisioneiro em seu bar. Diz que se parar de trabalhar não tem como pagar as contas. Está insatisfeito, mas não vê qualquer perspectiva para voltar a se sentir como na juventude em que seus olhos brilharam ao imaginar tantas possibilidades a partir de um pequeno quiosque na praia. Pelo contrário, o foco dele está só nos problemas, responsabilizando tudo e todos pela situação.
O outro personagem da minha temporada foi um ambulante. Em tempos de preocupação com câncer de pele, eu pensava que ninguém mais se preocupava em bronzear o corpo no sol escaldante, ainda mais com um óleo sem filtro solar, mas o cara vende cerca de 50 sachês de óleo por dia a R$ 5,00 cada.
Ele ainda tem um parceiro que fica numa barraca vendendo todo o tipo bugigangas de praia. Segundo ele, o faturamento é bom. O problema é que ele é viciado em jogos de azar e, quase todas as noites, deixa o seu suado dinheiro ganho de sol a sol num jogo de Bingo. Ele confessou que perde mais que ganha. O vício lhe custou até o casamento de dez anos, porque a mulher dele não aguentou e foi embora.
A sua família era proprietária de uma fábrica de pastel que fazia muito sucesso na cidade. Mas, quando a mãe dele faleceu, a receita do recheio foi junto com ela. Ninguém nunca mais conseguiu fazer o pastel com a mesma qualidade e o negócio faliu.
Quem é empreendedor sabe que sucessos e fracassos fazem parte da vida. E que essas experiências ajudam no desenvolvimento da capacidade de resiliência. Ou seja, é preciso aprender a controlar as reações nos momentos difíceis, mantendo o foco no que foi positivo.
Observando os dois personagens, percebo que ambos tinham, no início de seus empreendimentos, uma grande motivação e a crença de que seriam vencedores. Fizeram o que ninguém acreditava que ia dar certo, se uniram com familiares e parceiros em prol de um propósito comum, investiram tempo, energia e dinheiro.
As dificuldades vieram após o sucesso com a incapacidade, por motivos diversos, de manter o mesmo padrão do negócio ao longo do tempo.
Acredito que diante de uma situação adversa, o mais importante é sempre estar aberto para um plano B. Assim como, encontrar forças com base nas experiências do passado para fazer novas tentativas e recomeçar.
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